segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Ressignificando o ensino de língua materna no Brasil

Travaglia. Luiz Carlos. Ensino de língua materna- gramática e texto: alguma diferença? In: Gramática ensino plural, 2ªedição, São Paulo: Cortes, 2004


Sidineia Moreira
Taniela Macedo
Bolsistas do PIBID- Letras - JQ
Luiz Carlos Travaglia, autor do livro “gramática ensino plural”, publicado pela editora Cortes em 2004, no capitulo três, intitulado “ensino de língua materna – gramática e texto: alguma diferença?” aponta que a gramática de uma língua é o conjunto de condições lingüísticas para a significação. Assim, o autor busca afirmar que não existe dicotomia no que se refere aos aspectos gramaticais e textuais no processo fala/escrita e que a dicotomia gramática/ texto não deve existir no ensino de língua materna , afirmando que o que é textual é gramatical e vice versa.Nas palavras de Travaglia, uma seqüência lingüística só se transforma em texto quando produz efeito de sentido tanto para o seu emissor como para o seu receptor. Logo, os aspectos gramaticais de uma língua equivalem aos recursos que a língua dispõe para que o falante possa produzir textos, orais e escritos, agregando a eles efeitos de sentido que serão percebidos pelo emissor e pelo receptor. Isto é, a gramática a serviço do texto cria uma situação concreta de interação comunicativa eliminando assim, os ruídos que tanto incomodam a situação comunicativa e a clareza do discurso.Para validar a sua tese, o autor enumera exemplos com a classe dos artigos para evidenciar que não deve existir separação entre gramática e texto no ensino de língua materna e argumenta com precisão que no final de um estudo sobre artigos, ou qualquer outra classe de palavra, o aluno estará apto a usá-los na construção e compreensão de textos. Essa metodologia no ensino de língua materna de o levará o discente a pensar na diferença de sentido que a presença e a colocação do artigo causarão no enunciado e na compreensão do texto. Fazendo assim o discente adequar-se-á ao contexto, instrumentalizando-se para que frente às possibilidades possa classificar e escolher, de forma racional, o que lhe for mais adequado num dado contexto para provocar um determinado efeito de sentido.Em síntese, o texto de Travaglia soa-nos como uma proposta desafiadora, dado que para o estabelecimento de uma nova ordem educacional, é necessária a existência de uma velha ordem educacional geradora de caos, que aproveitemos, então, os alarmantes indícios de caos na educação brasileira, sem dispensar, é claro, as boas propostas advindas dela que deram bons resultados. E apartir dessas perspectivas começar a inserir gradativamente as novas idéias de ensino, que tragam não só perspectivas de melhorias, mas resultados significativos e palpáveis. Isso não significa transformar alunos em cobaias, mas sim abrir horizontes exploráveis, no qual a práxis pedagógica esteja voltada para uma real reflexão sobre a língua em suas múltiplas utilidades, resignificando o ensino de língua materna no Brasil, tornando o aluno sujeito de sua história.Utopia? Talvez, já que não vivemos sem ela. Mas diante do caos no ensino de língua no Brasil a proposta/desafio de Travaglia parece-nos - professores do ensino fundamental, médio, professores universitários, alunos de licenciatura e bacharelado em letras ou pedagogia, lingüistas, gramáticos e puristas- o caminho mais racional para iniciar uma revolução no ensino de língua no Brasil e derrubar o mito de que gramática e texto estão dissociados.

Encontro do grupo no NEPEJA - 18 de agosto 2010




Primeira visita ao IERP - 22 de julho 2010




terça-feira, 17 de agosto de 2010

Pensamentos - encontro dia 13 de agosto de 2010

"Ela está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar".

Eduardo Galeano



P/ Ademário que diz não saber

Assim como Barthes e Rubens Alves, acreditamos que deve chegar o tempo quando se ensina o que não se sabe.

( Rubens Alves, in: Alegria de Ensinar)