quarta-feira, 15 de junho de 2011
Por um ensino democrático e pluralista
http://pt.scribd.com/doc/57244098/A-TARDE-04-06-2011-artigo-lucchesi-X
quarta-feira, 8 de junho de 2011
# SOBRE AVALIAÇÃO
Baseada em Piaget esse conceito de compreensão definido por Jussara Hoffmann ajuda-nos a entender o porquê de muitos falantes do português,após oito anos de escola,sairem com a impressão de não saber Português. Certamente o método ao qual foram submetidos para a aprendizagem da língua materna ainda não oportuniza a tomada de consciência sobre o objeto língua, pois como nos orienta Perini:
Nas aulas de gramática, somos convidados a aprender, e muitas vezes decorar resultados, não se cogita do método que levou à obtenção desses resultados(...) O professor nunca precisa justificar a análise que ensina, tem apenas que reproduzi-la. (...) Não é e de se espantar que os alunos( e os professores, que também são vítimas do sistema) não saibam gramática.
Sem uma perspectiva cientifica em relação à modalidade padrão da língua(sua gramática) não se estuda , descreve e explica os fatos da língua, logo não se aprende. O que recebemos são prescrições de uso a serem memorizadas. E desse modo, quando memorizamos, passamos no teste de múltipla escolha, mas não utilizamos como recursos linguisticos na nossa produção textual. Desse modo, não aplicamos/usamos a gramática da lingua quando mais deveríamos: em situações de escrita formal.
Exigir que nossa aluno tenha boa memória para listas classificatórias das palavras e das orações não garante que ele de fato compreenda sua própria lingua materna.Desse modo, as avaliações(provas, trabalhos e testes) revelam nosso conceito de língua e o que consideramos fundamental no ensino dessa disciplina.
Movidos por essas idéias cabe uma auto-análise: temos corrigido ou avaliado nossos alunos?
por: Adriana Barbosa
Referências bibliográficas:
Grama'tica do Portugues Brasileiro - PERINI
Avaliação. Mito & Desafio - HOFFMANN
sábado, 4 de junho de 2011
"O que é ensinar Língua Portuguesa?"
Mudança para o Ensino da Língua Portuguesa
Compreender, praticar e produzir
Na entrevista de seleção do PIBID – Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, me deparei com uma pergunta, até então nunca feita à mim, nem mesmo por meus queridos professores das disciplinas de Língua Portuguesa do curso de Letras da UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus de Jequié. A pergunta feita foi: “O que é ensinar Língua Portuguesa?”. Desde aquele dia este questionamento me acompanha como também segue todos os discentes selecionados no programa.
Tentando buscar a resposta à esta pergunta, que passou a perturbar a nossa mente, retomamos algumas leituras e descobrimos outras, dentre elas temos nos deleitado nas propostas da discussão sobre a língua feita por Marcos Bagno, Mário Perini, Travaglia, Geraldi e Kato. Com estes estudos parece que estamos desvendando a questão. Consideramos que ensinar Língua Portuguesa é ensinar a ler e a escrever, ou seja, despertar no sujeito a competência comunicativa através de textos orais e escritos. Podemos dizer que o ensino da língua deve ser voltado a dois objetivos usar a língua e saber a respeito dela.
A polêmica surgida em nosso país mês passado, em torno da introdução da discussão da variedade lingüística em um capítulo do livro didático editado pelo MEC, é a prova de que o objetivo do ensino da Língua Portuguesa ainda não foi compreendido na nossa sociedade, pelo menos como propõe Geraldi e o PIBID. Marcos Bagno deixou isso claro no programa Observatório da imprensa da TV Brasil, em que se discutiu a questão polêmica do livro, quando ele repetiu indiretamente a pergunta que nos acompanha e confessou que há no nosso país um desconhecimento do que seja ensinar o português.
Confundir o ensino da gramática com o ensino da língua é uma prática que tem sido repetida há anos e é por isso que ainda surgem polêmicas como estas. Perini vai dizer que “a gramática diz como a língua deveria ser e não como a língua é de fato”, por isso é inadmissível para os gramatiqueiros aceitar que um livro de português mostre a língua como ela é. E se um simples capítulo que aborda sobre a variedade linguística causa tanto medo, ameaça e equívocos, compreendemos que mais do que nunca devemos continuar repensando o ensino da língua no nosso país, pois ele não anda tão bem.
Considero a atuação do PIBID no Instituto de Educação Régis Pacheco – IERP, como uma forma de repensar o ensino da língua. Isto se dá através das oficinas, oferecidas aos alunos da 2ª série do Ensino Médio, que tentam colocar em prática o uso da língua e o conhecimento da mesma através da construção de textos orais e escritos. Assim, tentamos desmistificar o conceito de que estudar língua é estudar gramática. Nossa proposta é o uso da gramática a serviço do texto.
Começamos a receber os textos escritos, dos alunos e agora mais uma pergunta surge para nos atormentar: como avaliá-los? Ainda não temos a resposta. Mas, o que sabemos por enquanto, é o que não devemos fazer com estes textos. Com toda certeza grifar os erros ortográficos e de concordância não é nossa proposta, pois esta prática simplesmente reafirma o que o professor de português não deve ser, caçador de “erros”, pois a sua prática deve se identificar muito mais com o exercício da pesquisa do que com a dinâmica de “erros e acertos” tão enfatizados nas aulas de Língua Portuguesa e reforçados por setores preconceituosos da sociedade.
Para se realizar um trabalho como este é necessário antes de mudar a prática, mudar a compreensão do objetivo do ensino da língua. Acredito que este é um passo para que os alunos comecem a compreendê-la como um objeto de pesquisa e comecem a perceber a sua função social. Talvez no Brasil, seja necessário mudar a compreensão (como fizemos), a prática (como estamos fazendo) e depois propor o material didático (como pretendemos).
Glauce Souza Santos (Pibideira do Subprojeto: A formação do professor de Língua Portuguesa. UESB)
Reportagem mostrada pela rede Globo sobre a livro didático: http://www.youtube.com/watch?v=lg-nl-2a7tU
Debate com Marcos Bagno no programa Observatório da imprensa da TV Brasil: http://www.youtube.com/watch?v=M4367cC9Cjo